terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Bruta

Dou comigo muitas vezes a perguntar-me como cheguei aqui... Custa-me ter que assumir que realmente estou a ficar com pouca sensibilidade para certas situações. Temo estar a perder o meu lado mais sensível, mas se esta a acontecer também se deve as circunstâncias que me rodeiam. Trabalho aqui há 12 anos e há mais de 10 que sei que devia sair. Cobarde, dizem vocês! E com toda a razão, mas a verdade é que foi mais ou menos nessa altura em que se realizou o meu maior sonho: ser mãe. E de repente já não podia tomar essa decisão, e de repente havia coisas mais importantes. E mais duas surgiram, adiando e tornando a decisão cada vez mais complicada. Talvez tudo isso me tenha amargurado. E hoje o meu pai, que é uma pessoa muito pouco afectiva e muitas vezes de trato difícil, acusa-me de ser bruta! Não sei o que pode esperar de mim tendo em conta o ambiente com que tenho que lidar todos os dias. Não sei se é possível conseguir manter alguma afectividade. E é disso que tenho medo. De ir perdendo o afecto que tenho por ele e de o ir indo substituindo por raiva e frustração. Mais que isso, tenho medo de transmitir esses sentimentos para os meus filhos. E mais cedo ou mais tarde tenho que tomar uma decisão que ando a adiar há 10 anos.

1 comentário:

  1. sabes o facto de trabalharmos num sitio que nos faz infeliz torna-nos amargas sim -e mexe no resto da nossa vida...mas lá está no fim de mês as contas teem de ser pagas ...cumpre o teu horário trabalha com afinco e respira fundo no fim do dia a ver se ajuda...mas se calhar tens memso de ponderar na decisão a tomar....

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